30 de julho de 2009

Hoje eu acordei muito totalitária!




André Dahmer
www.malvados.com.br

O sol nascerá - Cartola

A sorrir eu pretendo levar a vida!



Soparia

Sinto uma alegria desconcertante,
Carrego na face a felicidade,
Anseio pelo toque, cheiro ou afago,
Trago no peito a vontade de ter.
Daí o sorriso sai naturamente,
O espelho berra que há algo diferente,
Os amigos já perguntam por qual nome que essa felicidade atende.
Até a poesia já brota fácil...
O que dirá o céu que se faz tema recorrente?
É amor de brisa leve,
É amor como a sopa que aguardo.
É amor sereno que se agiganta,
É amor que toma os sentidos e cresce antes de mais nada.
É amor que brota e atropela.
Chegou e não pediu licença,
Já ama sem ter tocado,
É amor torto, meio bicho do mato,
É amor do riso e do abraço,
É amor de gente que teima em sentir.

Liliane Oliveira
27 de Julho de 2007

Das pílulas de Cecília

Canção

Nunca eu tivera querido
Dizer palavra tão louca
Bateu-me o vento na boca,
E depois no teu ouvido.
Levou somente a palavra,
Deixou ficar o sentido.

O sentido está guardado
No rosto com que te miro,
Neste perdido suspiro
Que te segue alucinado,
No meu sorriso suspenso
Como um beijo malogrado.

Nunca ninguém viu ninguém
Que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
E eu sei que ela se vê bem...
Só que aquele mesmo vento
Fechou teus olhos também...

Cecília Meireles

Poder para o povo!

E se o militante preto ainda desejar ser branco, ainda viver numa cela?
E se a feminista estiver vivendo num complexo de Cinderela?
Se o militante anti-capitalista ficar esperando a revolução para só depois, e bem depois, tomar o mundo em suas mãos?
E se o favelado ficar esperando por um herói ou um favor?
E Se o estudante esperar a autorização do diretor?
Se essa melodia tiver feia e você não prestar atenção?
E se nossa fala cair na repetição?

29 de julho de 2009

O poeta é um fingidor...

Vivo na linha tênue... Do amor à ira, sempre! Sou gutural e sinto as dores que crio. As alegrias eu rabisco no chão de barro. Aguardo a chuva que as apagará, aguardo o cheiro fresco de terra molhada. Me alimento da energia da mudança, da transformação dos inícios, meios, fins. Meus fantasmas também se alimentam disso, cuido deles com o carinho da dona do gato. Afago as dores criadas, elas são a doce companhia dos que arriscam.

"Em pouco tempo não serás mais o que és..."

O mundo é o moinho dos sonhos, das desventuras, das (des)ilusões. Acredito nas fantasias alheias e as vivo com toda a força, com verdade. Ando na trilha das dores, dos afagos esquecidos, das promessas de céu azul e noites sem luar. Acredito na repetição de cenas e sempre creio ser um novo espetáculo... Mas o roteiro é sempre o mesmo.

Como a Procelária de Sophia: vou buscando "a rocha, o cabo, o cais". Fico atenta aos passos furtivos, às promessas que jamais serão realizadas. Por que insisto em sentir? Acho que sou filha dos ventos e tempestades. Aprecio o caos.

Tento encontrar sentido nas frases feitas de letras mortas. Na língua que só os que ousam sonhar correm o risco de compreender. Crio minhas dores ao acreditar em poetas.

Karl Marx e Friedrich Engels

Tudo o que é sólido desmancha no ar, tudo o que é sagrado é profanado, e os homens são finalmente forçados a enfrentar com sentidos mais sóbrios suas reais condições de vida e sua relação com outros homens.”
(Manifesto Comunista)

24 de julho de 2009

A minhoca na maçã


Sempre com a cauda em riste
Sempre com o veneno a corroer
Sempre a ser o primeiro alvo

Vou seguindo assim
Vou destilando dúvidas e amargando as incertezas
Sou meu próprio algoz

Me divirto com o veneno
Brinco com a morte
Pois sei que sempre há vida!

Demasiadamente humana!

Transcrevo aquilo que sinto. Insisto em acreditar que posso. Meus medos e receios se desenham nessas linhas. Minhas alegrias ficam escondidas nas pistas que deixo pelo caminho. Quem sabe alguém as desvendará e seguirá a trilha abandonada?

Vou me movendo com a suavidade da garça que tem o coração de fênix. Meus olhos até mostram candura, mas não se esquecem da força que carrego. Dou mais um trago no cigarro, minha ansiedade e mania de perseguição dão graça ao dia morno. Fito os olhos que atravessam meu caminho a procurar por não sei o quê. Me sinto a mais humana das criaturas ao perceber que carrego sentimentos de fúria e cólera. Estou demasiadamente humana!

Consigo achar graça em ter o peito inflamado... Me sinto viva! Não gosto do que é morno. O que vale é estar viva! Vou tateando as pedras que compõem a minha estrada, as paredes do lugar que habito, as fagulhas que vejo como labaredas.

O que me move a escrever o que sinto? Sonhos, sonhos e sonhos! Neles encontro a morada para aquilo que sei que não é real. Acho que o ceticismo cai em boa medida para mim. Visto os trajes da fantasia e uso a navalha das certezas. Transbordo tudo aquilo que (quem sabe?!) poderia ser verdade. Não temo sentir, temo apenas não viver aquilo que sinto.

23 de julho de 2009

Roda mundo, roda gigante!

Um abraço você pode até encontrar em outros corpos, mas não aquele abraço que envolve muito além de corpos em uma noite fria. Você pode até se encontrar com milhões de pessoas, mas não com aquele ponto perdido no meio da multidão. As nossas histórias atravessadas, enviesadas, prolongadas por um fio tênue de não sei o quê, vão continuar do mesmo jeito. Talvez partindo para áreas perigosas e deliciosamente melindrosas! Virou concreto, é tácito. É possível sentir pulsar. É algo vivo que percorre dos mais extravagantes delírios aos mais infantis dos receios!

É difícil seguir aqueles pézinhos rápidos que parecem sumir sem deixar pegadas. Aquela forma suave e doce se perde em meio à noite fria e vazia de lua. O riso deu lugar a poucas palavras, os silêncios foram cortantes tanto quanto a sua falta de voz. Não sei se o receio por esta coisa criada tijolo por tijolo, forjada sob céu azul, cantada e proseada por tantos, que tem cheiro fresco que fica impregnado, ou se foi por não acreditar que isso pudesse ser real e que abriu um viés desconhecido... Quem sabe?

Tentei encontrar resposta em cada segundo destes tantos dias. Talvez desde a primeira pergunta. O primeiro contato tão liberto. Ao imaginar qual era o som daquele riso expresso da forma mais sutil, mais voluntária possível! Talvez desde a primeira birra e a primeira lição de comprometimento. Por também abdicar e ter que dar um tempo. Sabe lá se não foi por assumir responsabilidades alheias? Talvez pelos nós ainda não desembaraçados? Fiquei buscando, buscando...

Te encontrei e te perdi muito rápido. Mas, talvez, tenha conseguido te encontrar no lugar mais próximo, cotidiano, quente... Nem sei ao certo o tamanho que tem. Só sei que já começa a afligir, a ocupar lugar nos sonhos, nos gestos, nos olhares furtivos, na busca da alternativa para tê-lo plenamente. Ainda não sei o que é... Talvez nunca saiba!

5 de julho de 2009

Astrologia: Essa aí sou eu!

A Mulher de Escorpião

Existem duas palavras-chave que você deve lembrar sobre a escorpiana. A primeira é "profundidade". Ela tem um temperamento sutil e complexo e você nunca conhecerá todos os seus segredos. A segunda é "vontade". Essa mulher nunca abaixará a cabeça para ninguém, nem nada, a menos que isso seja temporariamente necessário para atingir um fim. Nenhuma pessoa de Escorpião é fácil de se conviver. Mas, se você quisesse algo leve e inconsistente, estaria com outra pessoa, não é mesmo?

A escorpiana não aceita o valor aparente das coisas. A expressão dessa característica dela pode variar bastante: pode ser que quando você dizer "Bom dia"!, ela imagine o que você quis dizer com aquilo, ou que ela precise muito compreender-se a si mesma e as motivações mais profundas do mundo ao seu redor. Essa mulher espera algo mais que bônus sentimentais. O amor, para uma pessoa de Escorpião, é uma ligação que toca a alma e ela espera honestidade de caráter. Ela tem muita compaixão e é, provavelmente, mais capaz que qualquer outro signo de compreender e aceitar as fraquezas e obscuridades humanas.

O que ela não agüenta é hipocrisia e impostura. Se você precisa de máscaras e de apoios, fique longe, porque ela verá através de você com sua visão de raio-X. E ela tampouco irá parar na visão. Existe uma forte tendência no Escorpião de refazer os outros, e a escorpiana poderá tentar transformá-lo, com ou sem seu consentimento, especialmente se você tem muito a esconder.

Ela é capaz não somente de ver, mas também de compartilhar sua dor, seus sonhos e seus fardos. Sua enorme força de vontade e lealdade são intocáveis, mesmo quando a sua está enfraquecida. Mas suas expectativas são altas. Ela espera que você, como ela, se dê conta de que a vida é um mistério sem fim a ser pesquisado e explorado. Se você preferir passatempos mais superficiais, sua única esperança será convencê-la do quão justo é ser você mesmo.

Justiça é uma coisa que ela entende. Se sente que algo é justo, ela é capaz de sacrificar seus próprios desejos e opiniões completamente. Se ela acha que você está errado e que não pede desculpas nem muda, haverá uma revanche. Você terá que se acostumar com sua propensão à retaliação. Haverá uma reação emocional poderosa, em nível gutural, a qualquer situação em que sentir que ela ou qualquer outra pessoa foi maltratada ou ludibriada.

Traição é a coisa que ela mais teme e odeia. Quando ela se sente traída, é mais provável que se vingue do que ofereça a outra face. Isso é uma coisa boa, básica, primitiva - por olho, dente por dente. Nunca maliciosamente ou com crueldade gratuita, só o suficiente para ensinar-lhe uma lição. Isso lhe dá arrepios? Bem, é justificável. Os sentimentos da escorpiana são profundos e intensos e ela não tolera ter que senti-los com leveza. Ela tem uma longa memória para as coisas boas e ruins. Ajude-a, encoraje-a, e ela sempre se lembrará disso. Mas se você traí-la ela nunca mais confiará em você.

A escorpiana precisa de uma arena onde possa expressar seu espírito lutador. Ela realmente não é uma criatura doméstica, a menos que domesticidade signifique periodicamente atear fogo à casa. Ela precisa participar de batalhas contra aquilo que ela considera obscuro e destrutivo no mundo e na vida. Ela será vista, muitas vezes, defendendo os fracos ou desprovidos em esferas políticas, médicas, legais e psicológicas. Porque sobrevive das crises, ela precisa do direito de satisfazer sua sede de transformação e mudança. Do contrário, adivinhe quem vai ser o alvo disso.

Escorpianas não gostam de ser plácidas por muito tempo e não confiam em um contentamento complacente. Como sempre procuram a minhoca na maçã, se as coisas estiverem calmas por muito tempo, elas começarão a suspeitar que alguma coisa está acontecendo por trás dos panos. Então ela provocará uma briga ou uma cena para encontrar a minhoca. Quando descobrir que não há minhoca alguma, ela não ficará nem um pouco desapontada. Ela conseguiu o que queria: uma mudança no relacionamento, uma alteração de sua atitude (e da dela) e um novo nível de visão. Ela prefere que você esteja furioso que indiferente.

Nenhum outro signo é capaz de submeter ou remodelar a escorpiana. Decida se essa pessoa é ou não alguém que você conseguirá respeitar, compreender, amar e acreditar. Ah, e saiba dizer se está preparado ou não para que sua alma secreta fique exposta. Se estiver, então não coloque só as pontas dos pés na água: pule dentro e aprenda a gostar da profundidade. Há certas coisas que você nunca sentirá, como tédio ou superficialidade.

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