29 de agosto de 2007

O Último Pôr do Sol

A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.

No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei
sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que não vivi,
Pensando em nós dois


Eu lembro a concha em seu ouvido,

Trazendo o barulho do mar na areia.

No dia em que ocê foi embora,

Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer

Por entre as ruínas de Santa Cruz lembrando nós dois


Os edifícios abandonados,

As estradas sem ninguém,

Óleo queimado, as vigas na areia,

A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,

Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas


Pois no dia em que você foi embora, eu
fiquei
Sozinho no mundo, sem ter ninguém,

O último homem no dia em que o sol morreu


Lenine e Lula Queiroga



Olho de Peixe (1992)

pôster

28 de agosto de 2007

Amor de gente grande...


Amor de corpo inteiro. Um amor que transcende, transpira, transborda. Amor com mãos e pés. Com dedos, braços, pernas, barriga, pele e abraços.

Um amor que surpreende, sem nada inventar, sem precisar exagerar, sem ter que sempre entender. Simplesmente ser... preencher, existir!

Amor que não investiga, que não desconfia, que não acusa.

Amor de palavras, mas também de silêncio. Um silêncio que aquieta o coração, que acaricia a alma e alivia as dores!

Amor que esvazia, que abre espaço, que permite.

Amor sem regras, sem pressões, sem chantagens. Amor que faz crescer.
Amor de gente grande, de coração gigante, de alma transparente.
Amor que permanece. De mim para mim, de mim para você, de você para mim.
Amor que invade respeitando, que adentra acariciando, que ocupa com leveza. Amor sem ego. Que acolhe, perdoa, reconhece.

Amor que desconhece para conhecer, que nunca lembra porque não esquece! Amor que é... assim, sem mais nem menos, sem eira nem beira, sem quê nem porquê.

Simplesmente simples, despretensioso, descontraído, desmedido.
De uma simplicidade tão óbvia que arrasta, que envolve, que derrete.
De uma fluidez tão líquida que escorre, desliza, que não endurece.

Amor que não se pede, que não se dá, porque já é! Para nunca precisar procurar, para nunca correr o risco de encontrar, porque já está!!!
E o que quer que ainda possa surgir... bobagem! Apenas crescimento e aprendizagem...

Volta para casa, não se vá!
Fique, permita-se, entregue-se, comprometa-se!
Simplesmente amor... Você consegue?!?

Texto retirado do livro “Faça o Amor Valer a Pena”, de Rosana Braga – Editora Gente