29 de julho de 2009

O poeta é um fingidor...

Vivo na linha tênue... Do amor à ira, sempre! Sou gutural e sinto as dores que crio. As alegrias eu rabisco no chão de barro. Aguardo a chuva que as apagará, aguardo o cheiro fresco de terra molhada. Me alimento da energia da mudança, da transformação dos inícios, meios, fins. Meus fantasmas também se alimentam disso, cuido deles com o carinho da dona do gato. Afago as dores criadas, elas são a doce companhia dos que arriscam.

"Em pouco tempo não serás mais o que és..."

O mundo é o moinho dos sonhos, das desventuras, das (des)ilusões. Acredito nas fantasias alheias e as vivo com toda a força, com verdade. Ando na trilha das dores, dos afagos esquecidos, das promessas de céu azul e noites sem luar. Acredito na repetição de cenas e sempre creio ser um novo espetáculo... Mas o roteiro é sempre o mesmo.

Como a Procelária de Sophia: vou buscando "a rocha, o cabo, o cais". Fico atenta aos passos furtivos, às promessas que jamais serão realizadas. Por que insisto em sentir? Acho que sou filha dos ventos e tempestades. Aprecio o caos.

Tento encontrar sentido nas frases feitas de letras mortas. Na língua que só os que ousam sonhar correm o risco de compreender. Crio minhas dores ao acreditar em poetas.

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