Transcrevo aquilo que sinto. Insisto em acreditar que posso. Meus medos e receios se desenham nessas linhas. Minhas alegrias ficam escondidas nas pistas que deixo pelo caminho. Quem sabe alguém as desvendará e seguirá a trilha abandonada?
Vou me movendo com a suavidade da garça que tem o coração de fênix. Meus olhos até mostram candura, mas não se esquecem da força que carrego. Dou mais um trago no cigarro, minha ansiedade e mania de perseguição dão graça ao dia morno. Fito os olhos que atravessam meu caminho a procurar por não sei o quê. Me sinto a mais humana das criaturas ao perceber que carrego sentimentos de fúria e cólera. Estou demasiadamente humana!
Consigo achar graça em ter o peito inflamado... Me sinto viva! Não gosto do que é morno. O que vale é estar viva! Vou tateando as pedras que compõem a minha estrada, as paredes do lugar que habito, as fagulhas que vejo como labaredas.
O que me move a escrever o que sinto? Sonhos, sonhos e sonhos! Neles encontro a morada para aquilo que sei que não é real. Acho que o ceticismo cai em boa medida para mim. Visto os trajes da fantasia e uso a navalha das certezas. Transbordo tudo aquilo que (quem sabe?!) poderia ser verdade. Não temo sentir, temo apenas não viver aquilo que sinto.
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