Observo as montanhas e me dou conta do que há embaixo de meus pés. Sinto as raízes à flor da terra e toco meus joelhos em estruturas sólidas, estruturas que me mantém de pé. As formigas e minhocas fazem parte desse mundinho dentro de meu mundinho, dentro de meu jardim. A vida se expressa de diversas maneiras, dentre elas estão essas angústias bobas que afligem o peito.
A vida se expressa no sol e na chuva fina que agora cai. A vida se manifesta e se enraiza em meus sonhos distantes, sonhos daquelas e daqueles que anseiam a mudança. Minhas raízes estão encharcadas por suor e lágrimas, por luta e vitórias que continuo no meu cotidiano.
Minhas raízes trazem o sangue negro, o sangue dos povos originais. Minha ancestralidade se revela e pulsa viva em meu rosto, em minhas mãos, nos meus sonhos de liberdade e justiça. A minha feminilidade transborda e a energia criadora me toma a alma e o corpo.
Meu jardim foi erguido sobre essas estruturas que me forjam. A vida pulsa.
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