8 de dezembro de 2009

Perfume

Continuo obcecada pela flor. A dor do espinho no dedo passou depressa demais. Ela pode até não se fazer tão presente, mas ainda me vem a lembrança o seu riso solto e sua alegria espontânea. Seu olhar aparece como uma sombra em minha mente e não há mais espaço para nada. É obsessão, eu sei, mas é algo que faço questão de deixar correr solto. Meu coração não quer escutar nada além daquele outro coração que bate tão acelerado. As lembranças dos poucos momentos se fazem vivas e queimam continuamente meu peito. Da minha mente ela já não sai...

Resolvi me permitir sentir outros aromas. Mesmo com o riso triste na face, mesmo com o coração cego, mesmo com as mãos machucadas. Ainda assim resolvi abrir as cortinas de minha janela e passei a fuçar cada palmo desse meu jardim do tamanho do mundo. Descubro cores e sabores em outras flores, descubro o carinho e o desejo em outras mãos, descubro que a flor mais bonita do meu jardim me faz uma falta danada! Vou seguindo a passos tortos por ruas embriagadas, vou seguindo trazendo no punho aquele perfume.


Um comentário:

Blog do Rasta disse...

Sempre faço as visitas silÊnciosas, mas agora resolvi comentar pra te incentivar a escrever muita mais :D:D:D!