Tendo como trilha o fabuloso álbum do gênio Ney Matogrosso, Inclassificáveis, fico me perguntando como conseguimos ser tantos e tão diversos. Nos manifestamos de distintas maneiras e, ainda assim, há um troço visceral que nos une, nos torna brasileiros, nos torna latino-americanos. Inclassificáveis. Também somos assim. Somos de diversos jeitos, formas, cores. Somos a mistura perfeita do caos. Não há formas, há reentrâncias que dialogam em 3d, não somos pirâmide, somos árvore.
...Aqui somos mestiços mulatos
Cafuzos pardos mamelucos sararás
Crilouros guaranisseis e judárabes
Orientupis orientupis
Ameriquítalos luso nipo caboclos
Orientupis orientupis
Iberibárbaros indo ciganagôs...
A diversidade não deve ser vista de um ponto afastado, não pode ser vista sem a dimensão política. Nos organizamos, dialogamos, temos pontos em comum. Ao mesmo passo que a nossa forma de organização acaba por nos atingir de distintas formas. Não sou apenas jovem, sou mulher, sou militante, tenho um ponto de vista peculiar. Dialogo com as demais expressões, influencio e sou influenciada. Não há receitas ou fórmulas. Não sou mera consumidora, sou agente transformador, sou protagonista de minha história.
...Somos o que somos
Inclassificáveis...
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