Saí com os brincos que mereceram elogios teus. A vaidade não é meu forte, você sabe! Mas hoje deu vontade de me pintar. Sei que pra ninguém além de meu espelho, mas me pintei. Até o gato da rua se esgueirou para roubar um carinho.
Caminhei pelas ruas abarrotadas de gente, um dia atípico, como qualquer outro. Minha caminhada foi, mais uma vez, vã. Mais uma vez fui seguir a sombra de teus passos e me perdi na noite enluarada. Mais uma vez disse que te odeio. Só que sempre no final da noite me dou conta que consigo odiar ainda mais as incertezas que me atormentam. Nem os brincos do teu elogio conseguem ornar tranquilamente aquilo que penso sentir.
Acabo a caminhada e respiro lentamente a brisa que suavemente brinca com os cachos de meu cabelo. Vou tentando te esquecer lentamente, a conta-gotas, como areia da ampulheta.
Foi só por hoje.
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