27 de novembro de 2006

O que é um Zahir?

Segúndo o escritor argentino Jorge Luis Borges, la idea del Zahir viene de la tradición islámica, con un origen estimado en el S. XVIII. Zahir, en árabe, significa visible, presente, incapaz de pasar desapercibido. Algo o alguien con el que una vez entramos en contacto, y que termina por ir ocupando poco a poco nuestro pensamiento hasta que no conseguimos concentrarnos en nada más. Esto puede ser considerado como santidad o como una locura.
(definição de algum lugar na internet)

Não sei até que ponto não é loucura...

20 de novembro de 2006

Parando com a água com açúcar...


André Dahmer é sensacional!!! Confira os Malvados...

Portugal e seus frutos

Talvez EU esteja presente nestas e em outras linhas de Florbela...

:
Eu
:
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que alguém sonhou.
Alguém que veio ao mundo para me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

:
(Florbela Espanca)

13 de novembro de 2006

Marcianos invadem a terra

Diga adeus e atravesse a rua
Voamos alto depois das duas
Mas as cervejas acabaram, e os cigarros também

Cuidado com a coisa coisando por aí
A coisa coisa sempre, também coisa por aqui
Seqüestram o seu resgate
Envenenam sua atenção
O verbo e substantivo, adjetivo e palavrão

E o carinha do rádio não quer calar a boca
E quer o meu dinheiro
E as minhas opiniões
Ora, se você quiser se divertir
Invente suas próprias canções

Será que existe vida em Marte?
Janelas de hotéis, garagens vazias
Fronteiras, granadas, lençóis

Existem muitos formatos
Que só têm verniz
E não tem invenção
E tudo aquilo contra os que sempre lutam
Exatamente tudo aquilo que eles são

Marcianos invadem a Terra!
Estão inflando meu Ego com ar
E quando acho que estou quase chegando
Tenho que dobrar mais uma esquina
E mesmo se eu tiver a minha liberdade
Não tenho tanto tempo assim
E mesmo se eu tiver a minha liberdade
Será que existe vida em Marte?

(Renato Russo)

10 de novembro de 2006

Peguei emprestado de um blog muito bom...

Tecer quarteirões com os pés
Descrever o que se julga sentir
Fragilidade e muitos dades
Com algo anexado

Remetem circulares
De pensamentos endiabrados
Carrosséis de papoilas escarlates
Combatem nuvens espartanas

Tudo o que é desconexo,
É magnético, no seu sentido inverso.
Pernas, braços, que trocam o passo.
A fatídica coincidência do trágico sobre meus braços.

Impaciente.
Impaciência.

Descrever o desejo.
O anseio…o prazer.

A inevitabilidade do amor.
A geometria de um traço perdido sob a tua pele nua.

Um quadrado.
Um circulo.
Um rectângulo.
Um paralelepípedo.
Um pedido.

Geometria metamorfoseada em declives capturados pela matriz da retina.
A conjunção da realidade que sai pelas mãos.

A imagem que coabita com o corpo.
A irreversibilidade da geometria.

A obsessão matemática de corpos aglomerados.
Unidades transformadas em multiplicidades.

O traço sob a tua pele nua.
A descontinua razão do ser.

A divisão do tempo.
O traço deixado pelo o olhar translúcido.
A clareza da opinião formada.

O homem azul.
O homem azul.

Olha-me nos olhos,
E diz-me o que eu digo
Nos sonhos por vir.

Nadir, Unus Mundus

Bubuuuuuuuu...


7 de novembro de 2006

Auto-retrato

Uma foto tua pregada num espelho não mostra realmente quem és
As cartas do tarô ou os astros da astrologia falam muito pouco de ti
Qualquer explicação racional será mera coincidência, mero devaneio.

Tua carne, teu ser, teu espírito
Teus olhos mostram por quantos campos já andastes
Teu coração, com tantas cicatrizes, conta tua história
Tua alma é livre e cega à razão.

Não me atrevo a dizer que te conheço
Nada sei sobre você a não ser o que queres que eu acredite
Me sinto um bobo a teu lado
Me guias feito criança e dá nó em meus pensamentos
Nada sei além do fascínio que exerces sobre mim

Teus olhos, mulher!
Grandes pedras negras que me queimam a alma
Tua doçura, menina!
Que me dá mais uma chance de ser teu par
Tua voz, senhora!
Me enlouquece e tira o chão de meus pés

Não sei de que matéria és feita
Não sei do teu passado
Não sei qual meu futuro a teu lado
Nunca saberei de nada ao caminhar contigo
Saberei apenas o que queres que aprenda
O que quiseres me ensinar
Por mais que meus olhos não consigam enxergar sentido
Por mais que tuas palavras de "sim" e "não" não queiram dizer nada disso

Me prendes ao me deixar livre
Sei que sou um tolo ao querer compreender-te
Tua alma, nem tu sabes o tamanho!

Liliane Oliveira
Salvador, 07 de novembro de 2006