7 de novembro de 2006

Auto-retrato

Uma foto tua pregada num espelho não mostra realmente quem és
As cartas do tarô ou os astros da astrologia falam muito pouco de ti
Qualquer explicação racional será mera coincidência, mero devaneio.

Tua carne, teu ser, teu espírito
Teus olhos mostram por quantos campos já andastes
Teu coração, com tantas cicatrizes, conta tua história
Tua alma é livre e cega à razão.

Não me atrevo a dizer que te conheço
Nada sei sobre você a não ser o que queres que eu acredite
Me sinto um bobo a teu lado
Me guias feito criança e dá nó em meus pensamentos
Nada sei além do fascínio que exerces sobre mim

Teus olhos, mulher!
Grandes pedras negras que me queimam a alma
Tua doçura, menina!
Que me dá mais uma chance de ser teu par
Tua voz, senhora!
Me enlouquece e tira o chão de meus pés

Não sei de que matéria és feita
Não sei do teu passado
Não sei qual meu futuro a teu lado
Nunca saberei de nada ao caminhar contigo
Saberei apenas o que queres que aprenda
O que quiseres me ensinar
Por mais que meus olhos não consigam enxergar sentido
Por mais que tuas palavras de "sim" e "não" não queiram dizer nada disso

Me prendes ao me deixar livre
Sei que sou um tolo ao querer compreender-te
Tua alma, nem tu sabes o tamanho!

Liliane Oliveira
Salvador, 07 de novembro de 2006

2 comentários:

Anônimo disse...

olás, Liliane. tdo bem?
claro q sim, podes publicar.
beijinhos
Nadir

Lucas disse...

É muita coisa... não tem tamanho, são dois mundos que se chocam, opostos que se parecem, é complicado e simples... não se descreve: se sente! Amo você por tudo e por todos os momentos que a gente compartilha, sejam os mais fáceis ou os mais dificeis.