5 de agosto de 2009

Queime depois de ler...

Sei que tava querendo demais... Mais uma vez desejei demais! Viajei nas profundezas de poças d'água que cruzo (e caio!) espalhadas pelas ruas de minha cidade. Ainda assim tinha alguma coisa que só eu consegui ver, tocar. Minhas intuições se exibem ao me provar que era verdade o que me sopravam ao ouvido. Meus insetos interiores...

Não foi metade do que disse, e do que ouvi, que me levaram a acreditar, foi algo que inventei só pra mim, que brinquei, que sonhei e achei que era possível. Sabe quando se acredita que vale a pena a angústia, a abnegação, as mais cruéis saudades e as mais sofridas vitórias? As lágrimas custariam isso... Acreditei que não permitiria que essas lágrimas caíssem. Acredito que suportaria e beiraria facilmente ao estado de loucura! Mas, ainda assim, queria pagar esse preço, queria ousar.

Me calei.

Esperava ouvir que era esse também o desejo alheio...

Me senti muda... E surda!

Não sei se pelos silêncios ou pelas vozes que se exibem nesta hora. Não sei se fui tomada por um acesso de lucidez e joguei contra sem sentir, ou se sofri mais uma vez de amnésia alcoólica! Quem sabe meus insetos interiores não resolveram a questão sem que nem eu me desse conta? Meu mal é perguntar demais e acreditar que as minhas respostas satisfazem. Sou dada ao épico...

Procuro sim! Procuro em todos os cantos compreender como esse bichinho se comporta, do que ele se alimenta, como dói senti-lo! Mas sem ele não sei o que fazer da vida. Só o sinto. 'Sou todo coração!", já disse Maiakóvski. Talvez as lágrimas caíssem algumas vezes... Já caíram várias, não seria novidade. Quis acreditar nesse bichinho e cada coisa que fazia foi irradiada por esta brisa. Por vezes se comportou como brisa em noite de verão, daquelas que aliviam o calor e pedem delicadamente mais uma cerveja com os amigos... Mas a mesma brisa ganha outra cara se for no inverno, quando sopra frio e pede colo e cobertor. Tive as duas brisas, não sei qual me agrada mais. Foi beira de rio e de mar revolto, céu estrelado e praia... Foi a brisa que me seqüestrou numa noite quente de inverno.

Mas foi só brisa... Outros tantos ventos devem ter arrastado essa brisa que me pegou. Mas ficaram os sorrisos, a saudade da saudade que senti, as vozes falaram alto...

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