25 de maio de 2007
Nem tão só
Quero ter o cheiro do mato
Quero ver o arco-íris no mar
Vou sentir as batidas do meu coração
Num louco compasso ritmado
Vou rolar na grama e no asfalto
Vou me pintar em tons de cinza e grená
Vou tocar o céu com uma das mãos
E descortinar as janelas de minha alma
Quero sentir o doce orvalho da manhã
E vou dormir sob um manto de estrelas
Quero andar pelas ruas e descobrir segredos ocultos
Quero um beijo forte ao despertar
E um longo afago para me acalmar.
Liliane Oliveira
Salvador, 25 de maio de 2007
9 de maio de 2007
Frase do dia:
Leon Tolstói
4 de maio de 2007
3 de maio de 2007
Socorro
Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir
Socorro, alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor nem dor
Já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento,
Acostamento,
Encruzilhada
Socorro eu já não estou sentindo nada
Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor nem fogo
Nem vontade de chorar
Nem de rir
Socorro, alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor nem dor
Já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva
(Arnaldo Antunes)
Eu quero um porto
Que ele tenha águas calmas
Que ele seja profundo
Eu desejo um porto que me aporte
Mesmo com minhas incertezas da maré correta
Mesmo com minha revolta pelas derrotas
Mesmo com minha alegria pelas vitórias
Mesmo com meus desvios de rota
Eu preciso de um porto que me aporte
Um porto que não me questione muito
Um porto que sinta a brisa serena que vem do mar
Um porto que me permita enxergar o horizonte numa noite de luar
Eu, talvez, não precise de um porto assim
Ele pode até não ter a vista ampliada do horizonte
Ele pode estar numa enseada ou num recife de corais
Ele pode ser tão livre quanto eu
Mas ele deve ser o meu porto como vier e como eu chegar
Liliane Oliveira
Salvador, 03 de maio de 2007